Nós, o progenitor e o pai
Esta semana celebrou-se o Dia do Pai. Efeméride que se assinala, um pouco por todo o mundo, em datas diferentes, e com maior incidência nos países ditos desenvolvidos ou ocidentais (?!). Em Portugal, à semelhança dos países do sul da Europa, o Dia do Pai coincide com o Dia de São José, por razões desconhecidas, mas perfeitamente enquadráveis na nossa História.
Pelas redes sociais fomos assistindo a diversas manifestações de carinho e de homenagem aos pais. Nestes dias somos assolados pela memória, pelo saudosismo, de quando éramos mais jovens e tínhamos quem nos abrigasse e nos conduzisse, ou tentasse, para não cairmos nas tentações da vida.
A parentalidade, é, e deve ser, uma opção. Cada vez mais difícil de tomar, e cada vez mais tardia, por razões várias, a que não é alheia a decisão da mulher em querer, legitimamente, autorrealizar-se, pessoal e profissionalmente, nem o facto de a almejada estabilidade (dos jovens) ser cada vez mais difícil de alcançar, o que, naturalmente, é importante para o nascimento e crescimento, saudável e seguro, de uma criança, até porque, parece, só se atinge a maturidade aos 30 anos (!).
Os meus progenitores quiseram ser pais. Procuraram sempre, com honestidade e trabalho, garantir o meu crescimento saudável e seguro, transmitiram-me os seus valores e princípios, foram orientadores, companheiros e amigos. Permitiram que fosse livre, com responsabilidade. Viram-se, um ao outro, como pais. Permitiram que um e outro, e em conjunto, assumissem a parentalidade.
Existem progenitores que não são pais, com maior incidência no sexo masculino, é certo, por causas que alvitraremos qualquer dia, não agora. Porém, muitas vezes me questiono se nós, mães, estaremos preparadas para deixarmos os progenitores dos nossos filhos serem os seus pais…