O amor à sexta-feira!
Nádia Mira
Escrever estas linhas semanais sob o título “O amor à sexta-feira”, em tempos de confinamento, tem-se tornado difícil. Continuo a ter sextas-feiras. Continuo a ter amor. E continuo a ter música. Ainda assim, os pressupostos em que assento a diferenciação deste dia da semana não se encontram, por ora, preenchidos. Felizmente, existe o Billy Idol para me recordar o porquê do amor soar melhor à sexta.
“Rebel Yell” é a faixa de abertura do álbum com o mesmo nome, o segundo álbum do cantor e aquele que mais sucesso alcançou, lançado em 1983. O título, conta-se, foi inspirado numa marca de whiskey que animou um evento onde Idol terá partilhado uns shots com os membros dos Rolling Stones.
Antes do pop-punk, havia Billy Idol. Mais do que qualquer outro artista da sua época, o homem nascido William Broad, trouxe o estilo e a atitude do punk rock para o mainstream, através de sucessos como “Rebel Yell” que viria a tornar-se um hit viral da MTV.
A imagem de bad boy e a mistura meticulosa de guitarras agressivas, batidas de dança e pinceladas pop tornaram Idol num nome incontornável na música dos anos 80 e ainda hoje capaz de aquecer qualquer pista de dança.
Rebel Yell soa, na mesma medida, a querer e a insatisfação. Talvez seja essa a magia do amor à sexta-feira – a permanente insuficiência, mesmo quando tudo é excesso. Que o grito seja sempre por mais!