O amor à sexta-feira!
Nádia Mira
Em tempos de confinamento a música será, por certo, companhia por excelência para muitos de nós. No entanto, apesar de continuar a fazer parte dos meus dias, sinto falta do rock’n’roll. Não apenas escutá-lo, mas sobretudo vivê-lo.
“Rock and roll” é uma canção da banda britânica Led Zeppelin e integra o seu quarto álbum de estúdio Led Zeppelin IV, lançado em 22 de fevereiro de 1971.
O tema assenta numa das mais populares estruturas musicais da história do rock’n’roll – três acordes e doze compassos – e nasce numa jam session quando a banda tentava (sem sucesso) finalizar a canção “Four Sticks”.
Jimmy Page conta que a música surgiu quando John Bonhan, baterista de Led Zeppelin, tocou espontaneamente os primeiros compassos do sucesso de Little Richard, de 1957, “Keep A Knockin’” o que acabou por se tornar na, agora famosa, introdução de bateria do tema “Rock’n’roll” .
A música – inicialmente chamada “It’s been a long time” – expressa um desejo palpável pela juventude e pela inocência do rock dos anos 50 e, para além da evidente referência a Little Richard, Robert Plant faz várias outras alusões ao rock daquela década – ao Stroll, uma dança da época, passando por “The Book of Love”, canção dos Montones e terminando na subtil referência a “Moonlight Bay” dos Drifters.
O tema acaba por reformular o próprio rock and roll introduzindo-lhe ferocidade e luxúria e, com ou sem isolamento, soa, inevitavelmente, a sexta-feira.
A expressão rock and rock, nasceu nos Estados Unidos como um eufemismo para sexo… mas o que me falta mesmo é o mosh e a t-shirt molhada, os refrões em coro e as danças suadas, a sexta-feira a ser amor! It’s been a long time…