excorgitações
Sofia
Vieste. Com um sorriso. Maroto.
Ofereceste-me o riso. E sardinhas.
Mar azul. água pornograficamente quente.
Ceviche e muxama.
E regressámos. A dois. Para uma água obscenamente fria.
Deste-me a mão. Levaste-me a passear. Fizeste-me rir.
Falaste-me do vento norte, como na canção do espadinha.
Desligámos a televisão e acendemos as velas. Canela.
Sempre canela, mesmo quando não são.
Sandálias. E saltos altos, porque posso ser plebeia mas tenho pés de princesa.
Musica. A tinoco e a falcao. E a outra que fizeste cantar para mim.
Uma serenata na hora do lanche.
Rir na tempestade. Ousar ser feliz antes de dobrar o Bojador.
E o vinho. Estupidamente fresco quando o calor é insano.
Tinto nas noites que me fazes lume.
Renascer sem ter de morrer primeiro.
Desligar do mundo e deixa-lo correr as suas rotas.
Haverá amanhãs para nos preocupar.
Hoje, os livros e os silêncios e as cumplicidades.
Ficamos?