Mulheres das nossas vidas
Maria Catarina Cavaco
Hoje, trago-vos a história mais marcante do mês, que tem circulado pelas redes sociais.
Esta é a história de uma Influencer de 23 anos que foi drogada por uma colega (pelo que se acredita) e violada por André de Camargo Aranha, um empresário milionário, quando a mesma tinha 21 anos.
Mariana agiu como muitas mulheres não conseguem: avançou com uma queixa contra o violador. E como mulher, tenho a certeza que a mesma também sabia que o desfecho correria exatamente como correu.
André foi considerado inocente e o caso ficou fechado como “Estupro Culposo”. Um termo que nunca ouvira falar na minha vida: como é que “estupro”, uma palavra que tem como definição “o ato de forçar alguém a ter relações sexuais” pode ser culpa do alguém forçado?
Como se já não bastasse, podemos observar nas imagens divulgados pelo “The Intercept Brasil” que Mariana foi brutalmente humilhada pelo advogado do empresário, Cláudio Gastão da Rosa Filho, pois este mostrou fotografias da Mariana em sessões fotográficas, como modelo, em que ela estava em posições ditas “ginecológicas”, dizendo que não adiantava as “lágrimas de crocodilo”, e que nunca teria uma filha com o nível da vitima.
A mulher implorou por respeito e este foi o único momento, no meio de todo o caos, em que o juiz, Rudson Marcos, interveio, apenas dizendo para que a mesma se recompusesse. É evidente que todos estavam a gostar do sofrimento da Mariana.
Deixo as conclusões para cada um, mas daqui retiro mais uma prova da grande luta que mulheres têm pela frente. E relembro: uma mulher tem o direito de vestir o que quiser, tirar as fotos que bem entender e mesmo assim manter os seus direitos. Não são fotografias mais sensuais ou a forma como ela estava vestida na noite em que foi violada que determina o estupro: O ESTUPRADOR SIM!