Sofia, a celebrar o dia dos namorados

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excogitações

Sofia

Sofia||Expoente M Rádio

Eu gosto desmesuradamente de comemorar o dia dos namorados. Acredito que para quem tem namorado seja um pouco mais divertido, mas mesmo sozinha é uma delícia. Melhor, talvez apenas para aquelas que têm namorado e até gostam dele e que podem lambuzar a dois. Ou a mais de dois que sempre ajuda a melhorar as estatísticas da solteirice.

Pelo que, dia 14, vesti o meu pijama mais sensual um body de leoparda e mandei vir do bistro da esquina uma ementa completa para no dia dos namorados jantar comigo mesma, à luz das velas com cheiro a canela e a ouvir a paixão dos sétima legião acompanhada de uma garrafa de vinho tinto amnésia para me esquecer das coisas que podia estar a fazer se houvesse no mundo um homem com paciência para habitar a sofiolândia. Porque a vida é cruel o repasto foi-me entregue pela única mulher do mundo que trabalha na uber eats. E que repasto…

Aquilo chegou numa caixa com um flute de champanhe dentro de um recipiente igual ao cilíndrico acompanhado por um morango ácido; depois, umas ostras ao natural com limão dos himalaias em cama de abacaxi e um camarão tigre crocante com salada gourmet regada a vinagre de lima e ainda um queijo de cabra gratinado envolto em massa filo, com sementes de papoila e mel de abelhas virgens. Nas próximas duas caixas, vinha o prato de peixe e o prato de carne, respetivamente um linguado fresco com maionese de alho e coentro com trufas e uma maminha maturada com grelos. E, depois, rebolei para comer a sobremesa que era mousse de chocolate branco com frutos vermelhos silvestres, com duas bolas de gelado.

Se a leitora leu a ementa depois do almoço provavelmente não tem demasiado vontade de me mandar para a tal pata do cavalo de Napoleão e está convicta que partilho esta delícia por sadismo e para enfatizar o cuidado do restaurante em oferecer pratos com metáforas para órgãos sexuais, mas temo que esteja completamente enganada.

A razão da minha excogitação é queixar-me do óbvio; se a comida já chegou a minha casa fria, imagine a temperatura a que estava quando me entrou na boca; aliás, estou a ser injusta, porque o gelado estava quente.

Senhores restauranteiros, entendam uma coisa: quando nos vêm servir a casa, convém que sejam coisas que uma gaja possa aquecer, porque se gostasse de comer coisas frias, voltava para o meu ex. E nem se trata de ter preconceitos em comer no pacote, até porque falamos de uma ementa para o dia dos namorados, é apenas esta azia de ter de comer a comida fria…

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