Sofia, em análise política em saltos altos

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excogitações

Sofia

Ontem fui a Beja votar. Até comprei umas cuequinhas novas, porque uma mulher nunca sabe quando é que pode festejar uma vitória autárquica. E, permitam-me a confissão, sábado quando cruzei o centro da cidade, quase tive múltiplos, por ver tanta gente a passear. Fiquei deliciada com o mercadinho, por ver tanta gente empreendedora que se recusa a resignar-se: quiçá Beja afinal tenha futuro.

Não vou aqui denunciar o meu voto: até porque como me esqueci de levar os óculos, não estou absolutamente segura em quem votei (até porque a noite de sábado foi longa e uma mulher confunde-se com aqueles papéis todos).

Regressei a casa, tomei banho, meti os meus cremes, vesti um pijama da primark e liguei a televisão. Como não havia sondagens, diverti-me no facebook com a novela de quem leva os velhos a votar, que, salvo erro, vai na oitava temporada, mas continua com enorme audiência.

E depois esperei pelos resultados, com uma garrafa de vinho branco, pelo que admito não ter a absoluta certeza de quem ganhou.

Aparentemente foi o Arsénio que terá beneficiado da enorme injustiça de ser o mais preparado para o lugar: não entendo estes eleitores, que em vez de votarem com base naquela ridícula fotografia a comer um perna de pau, optaram por mesurar o que conseguiu fazer num contexto extremamente difícil. Pessoalmente, não lhe perdoou não ter organizado festas na pandemia: é verdade que não podíamos ir, mas festa é festa.

O Palma Ferro também ganhou o campeonato dele, com talvez o melhor resultado de sempre do PSD: é verdade que está muito verde, mas sente a cidade como poucos e daqui a quatro anos será candidato a sério.

É fácil atirar pedras ao Picado. Até porque está sempre a sorrir e a malta tem curiosidade em saber se uma pedrada lhe rouba o sorriso. Mas o Picado era a melhor escolha que o PCP tinha para a cidade e é menos culpado pelo resultado. O problema é muito mais grave, mas os camaradas vivem felizes com a cabeça enfiada na areia. O problema… é quando se enfia a cabeça na areia, ficam descobertas outras partes do corpo.

O BE também ganhou: quis provar que já não existia e conseguiu. Em sentido contrário, o Chega: não existe, apresentou um candidato que nem sabe onde fica Beja, mas conseguiu 880 votos.

Numa altura em que tanto se fala da desertificação do interior, é indiscutível que Beja tem cerca de 1000 pessoas a mais…

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