idos de novembro
Sónia Calvário
Ao longo de duas semanas o clima esteve em discussão na Escócia, culminando no Pacto Climático de Glasgow, subscrito por 197 países.
O texto inicial, base de trabalho, já não era muito ambicioso e foi perdendo força ao longo das negociações, acabando por reiterar a necessidade de redução do aquecimento global, em 1,5 graus celsius, como preconizado no Acordo de Paris, de 2015, mas recuando no que respeita à eliminação do carvão e à redução dos subsídios aos combustíveis fósseis (gás e petróleo).
Mais uma vez perdem principalmente os países pobres. Os financiamentos para que estes países pudessem fazer face às alterações climáticas, previstos desde 2009, em várias cimeiras realizadas sobre o clima, foi em montante muitíssimo reduzido e a título de empréstimos…
Todos sofremos com as alterações climáticas, mas a verdade é que os países desenvolvidos, os grandes poluidores, como a China, os EUA e a UE, retiram enormes vantagens dessa situação. Aos países pobres cabe-lhes as consequências nefastas. E, naturalmente, ficarem cada vez mais pobres, sem possibilidade de, sequer, sonhar com progresso, muito menos com o desenvolvimento sustentável.
Da COP 26 resultou, mais uma vez, a exploração dos pobres pelos ricos, o desrespeito pelo planeta e pelo futuro da Humanidade. Um Roubo.