Zaida Borralho nasceu em Beja, em 14/12/1974, onde estudou até terminar o ensino secundário. Formou-se em Serviço Social e dedicou-se, mais tarde, à área da direção e gestão de projetos.
Sempre se encantou com a música, cantando desde jovem no coro da igreja, nos encontros de jovens e até em festivais, tendo ganho o Festival Jovem da Canção, em 1992.
O amor pelos Alentejo e pela cidade de Beja fizeram-na descobrir o gosto pelo Cante e pela escrita. Amanhã, dia 14/12/2021, às 13 horas, lançará online “Saudade“, escrita e interpretada por si, realizando um sonho. Pode acompanhar tudo em http://www.zaida.pt
Zaida é a Senhora que se segue no Expoente M.
Tem a vida que idealizava?
Atualmente sim! Pautada muitas vezes por lacunas que foram suprimidas após muito trabalho, dedicação e esforço.
Sempre construí a minha vida em princípios e valores sólidos, que faço por me acompanharem durante todo o meu percurso pessoal e profissional.
A intervenção/participação na sociedade deve ser uma preocupação de todos? No seu caso como a pratica?
Claro que sim, efetivamente deve ser uma preocupação de todos! “As organizações rodeiam-nos, nascemos nelas e normalmente morremos nelas… É praticamente impossível delas escapar. São tão inevitáveis como a morte e os impostos.” Como diria Richard H. Hall.
Desta forma, tento ter o meu papel de mulher nas diferentes dimensões sociais, exigindo o direito de exercer direitos próprios específicos ligados à concretização de objetivos específicos.
Permitindo capacitar-me, adquirir confiança, melhorar desempenhos e partilhar solidária e coletivamente a aprendizagem e os saberes de origem adquiridos.
Como vê a conciliação, atualmente, da vida profissional e familiar/social? Na sua vida existe esse equilíbrio?
Muitas vezes, essa conciliação é difícil, no sentido em que sou mãe, de uma adolescente e de um pré adolescente, e uma mulher com uma exigência profissional elevada, devido às funções que desempenho e que me obrigam por vezes a deslocações ao estrangeiro e a falar todos os dias numa língua estrangeira. No entanto, esforço-me para que a minha vida familiar e profissional sejam o mais equilibradas possível, ficando, por vezes, a minha vida social aquém daquilo que eu desejaria.
Já sentiu que a sua afirmação profissional e/ou pessoal foi dificultada ou condicionada por ser mulher?
Não, nunca me senti condicionada devido ao meu género. Sempre tentei demonstrar os meus créditos profissionais e pessoais através da realização do meu trabalho.
O que é preciso para que as mulheres possam ver garantido o seu direito à igualdade? Como podem as mulheres contribuir para essa concretização?
Atinente a esta questão, considero, que é algo que tem de partir de nós mulheres através de uma mudança interior . A mulher deve ser um elemento de charneira na projeção da sua própria imagem, ou seja, deverá auto-valorizar-se, auto-afirmar-se, quer ao nível profissional , quer ao nível pessoal.
Para uma sociedade mais equitativa, é necessário, que a mulher tenha a coragem de cortar as “amarras” de determinados estereótipos associados ao seu papel na sociedade, ao longo dos tempos, tornando-o redutor e muito aquém , do verdadeiro valor e potencial feminino.
Qual é o seu maior sonho?
Eu não consigo ter apenas um, como diria Fernando Pessoa: tenho em mim todos os sonhos do mundo, mas há três coisas que são o superlativo dos meus “devaneios”: uma sociedade mais justa centrada nas pessoas, a redução do enfoque material atribuído nos dias de hoje, que tem vindo a tornar o ser humano cada vez mais fútil e superficial e o aumento da capacidade introspectiva e de análise que o Homem tem vindo a perder.
Para concluir, diria que a sociedade em que nos encontramos, não sendo perfeita, e nem o poderia ser porque é constituída por homens e mulheres imperfeitos, deveria tentar sanar determinadas “maleitas” como a fome, a guerra e a injustiça. Bem sei que o cumprimento de todos estes meus devaneios, seria o cenário idílico para a nossa sociedade e para o qual pretendo contribuir todos os dias ,mesmo que para muitos não passe de uma utopia.