Marias
Leopoldina Pina de Almeida
De onde vem o que comemos? Com que práticas? Que efeitos tem o seu cultivo, processamento e transporte nas pessoas e no ambiente? Para onde seguem os lucros da venda dos produtos?
Estas são algumas das muitas questões inerentes a cada dentada nos alimentos que supostamente nos nutrem. É difícil responder a uma questão, quanto mais a todas elas, em grande parte devido às longas cadeias que nos separam de quem retira da terra o sustento de tod@s.
E se a cadeia fosse mais curta? E se o produtor fosse noss@ vizinh@? Por vezes, aqui ainda temos essas relações, mas apenas para um pequeno número de bens alimentares.
Talvez a estratégia possa passar então pela criação de uma AMAP (Associação para a Manutenção da Agricultura de Proximidade).
E o que é uma AMAP? Quais os seus princípios e valores?
Considerando a alimentação como um ato cultural, um bem comum e não uma mercadoria, a agricultura deveria estar o mais próximo possível d@s consumidor@s, de forma a estabelecer uma parceria direta entre est@s e @s produtor@s. Isto levaria a que a relação das pessoas com os alimentos fosse alterada, gerando novas formas de solidariedade e de partilha. Seria assim possível juntar simultaneamente produtor@s e consumidor@s num objetivo comum, de modo a combater a insegurança e o desperdício e criar soberania alimentar. Só desta forma se constrói uma economia local justa e solidária, com a agricultura a transformar-se numa atividade económica sustentável, de impacte ambiental positivo, criando emprego, ligações pessoais e dinâmicas de coesão.
Portanto,uma AMAP é mais do que um desafio para uma alimentação sustentável, é um convite à organização e ao empoderamento da comunidade.
Tudo isto e muito mais flutuará na conversa do EntreMarias de 5 de fevereiro com Rita e o Sérgio, produtores locais de hortícolas e que já têm uma experiência de aproximadamente 3 anos na AMAP Sado.