A tribo Zunumu, que vive numa parte quase inacessível da floresta tropical na Republica Democrática do Congo, apresenta algumas particularidades talvez sem paralelo nas comunidades humanas. Nesta tribo, as mulheres apresentam uma compleição física claramente mais vigorosa que a dos homens por apuro de práticas ancestrais de alimentação proteica e de regular exercício físico exigente e favorecedor da musculatura. Os homens da tribo, moldados por uma tradição inflexível, são desde jovens ensinados a ocuparem-se de tarefas domésticas como a limpeza das habitações, a confeção da comida, ou a lavagem da roupa no rio. Os homens também dedicam parte do dia a maquilharem-se e a embelezarem-se com pinturas garridas por todo o corpo. Reúnem-se depois do almoço e cantam e dançam em conjunto e acariciam-se fraternalmente. Os homens ficam também com a incumbência de tratarem das crianças da tribo, alimentando-as e brincando com elas. Enquanto isso, as mulheres erguem lanças, machados, arcos e flechas, e entram na floresta para caçar e pescar, e também para cortar e recolher lenha. Por vezes as mulheres Zunumu disputam o título de melhor caçadora ou pescadora e o reconhecimento das suas façanhas de captura de animais, em torneios de luta física. Sorteiam-se os pares a concurso e em cada par vence a mulher que obrigue a oponente a ceder e a curvar-se perante a vencedora. Não o fazendo, a mulher derrotada continua a ser barbaramente agredida, podendo perder a vida nessa luta, mas ganha a honra de não ter desistido, sendo motivo de orgulho para as suas filhas. Os homens assistem à distância e em silêncio. A vendedora do torneio tem o direito de escolher dois ou três homens para a satisfazerem sexualmente. A gestão política da tribo, a resolução de conflitos e aplicação de sanções e castigos é feita pelo grupo das mulheres mais velhas da tribo. É praticada a poliandria, e as mulheres mais fortes e ágeis chegam a possuir quatro ou cinco homens ao seu serviço, cabendo à mulher definir as funções e responsabilidades domésticas de cada um. A desobediência é punida com castigos severos como a privação de água e comida durante dias e chibatadas em número adequado à gravidade da infração. Havendo resistência dos homens culpados, as mulheres podem aplicar a força física como bem entenderem, o que inclui a fratura de ossos, dentes partidos e, o que é mais vergonhoso e desprestigiante, o corte rente do cabelo, que é usado pelos homens a cair pelas nádegas.
Um dia, um grupo de homens e mulheres da tribo Kinongo, banalmente patriarcal, perdeu-se numa expedição pela floresta e foi dar ao domínio dos Zunumu, numa hora onde as duas mulheres mais valentes da tribo se enfrentavam violentamente a ver quem levava para casa um dos jovens mais belos da comunidade. E quando os homens Kinongos se puseram em alerta defensivo, soltando rugidos e apontando facas e paus afiados, ao mesmo tempo que ordenavam às suas mulheres que se deitassem no chão, as bravas guerreiras Zunumu riram e riram e riram de tamanha anormalidade.