https://zoomsocial.blogs.sapo.pt/31621.html
idos de março
Sónia Calvário
5 ano de Expoente M, de um espaço de partilha, de convite à reflexão. E de confirmação que as mulheres têm muitas solicitações, que as levam a relegar para “quando houver tempo e disponibilidade mental” coisas que lhes são prazerosas… Volto, passado um ano da última escrita. Mas outras têm estado por cá. E bem. A dar o seu contributo para que cresçamos e para que não esqueçamos que a intervenção se faz com conhecimento, com determinação, com ação.
Foi um ano recheado de escândalos e de detenções, relacionados com comportamentos (desviantes?!?) de muitos políticos, que deveriam ser claramente repudiados por todos nós, pois que se prendem com o exercício de cargos eleitos ou nomeados para a defesa do interesse coletivo e da causa pública. Sabemos que a negociata, o aproveitamento pessoal ou em prol de determinados grupos de interesses, não é novidade. Sucede que agora é tudo muito óbvio, as desculpas são esfarrapadas, as consequências (continuam) quase inexistentes: muda-se de sítio; cai no esquecimento; volta-se à vida pública e política.
Banaliza-se o discurso violento. Normaliza-se o desrespeito. A relação entre titulares de órgãos de soberania é, simultaneamente, hilariante e triste. O custo de vida aumenta diária e brutalmente. A quem compete estar atento, e intervir, apenas desperta para a realidade quando a contestação nas ruas, ou as notícias contínuas nos órgãos de comunicação social, obrigam à tomada de decisão. Age-se em função da popularidade. O palco público é ridiculamente disputado. Por vezes, fazem-se mudanças (algumas) reclamadas ou proclamam-se medidas que desviem as atenções das que empobrecem muitos e favorecem alguns; que afastem os “casos e casinhos”. Na certeza do esquecimento coletivo.
Dividir para reinar continua a ser técnica eficaz, assente na curta memória de quem mais ordena.
Expoente M 