carrossel dos esquisitos Ana Ademar Passamos pelas coisas sem as ver,gastos, como animais envelhecidos:se alguém chama por nós não respondemos,se alguém nos pede amor não estremecemos,como frutos de sombra sem sabor,vamos caindo ao chão, apodrecidos. “Rotina” de Eugénio de Andrade São cinco da manhã e estou acordada há duas horas e meia. O início do … Continuar a ler Passamos pelas coisas sem as ver, gastos, como animais envelhecidos: se alguém chama por nós não respondemos, se alguém nos pede amor não estremecemos, como frutos de sombra sem sabor, vamos caindo ao chão, apodrecidos.
Autor: Expoente M
– Operária? Sim. Poderia ser qualquer coisa.
Maria Campaniça Celina Nobre “O trabalhador dizia a si mesmo: Aqui estou eu, um operário. Porque é que sou operário? Não sirvo para ser mais nada? É claro que sim! Se ao menos me tivessem dado as oportunidades certas, o mundo ia ver como tenho valor. Médico? Cervejeiro? Ministro? Podia ter feito qualquer coisa. Mas … Continuar a ler – Operária? Sim. Poderia ser qualquer coisa.
Os Preliminares das Marias
Marias Leopoldina Pina de Almeida Segundo o dicionário Priberam Online de Português Contemporâneo, a palavra preliminar é um adjectivo de dois géneros cujo significado é o que antecede o que é considerado principal, que serve para fazer compreender, aquilo que precede e prepara, prólogo, preâmbulo, prefácio. É mesmo isto que pretendemos fazer com estes Preliminares … Continuar a ler Os Preliminares das Marias
O alfabeto LGBTQIA+ na Fox e a transphobic season
dissidências e resistências Vera Pereira Os media, e especificamente a publicidade, detêm um papel fundamental na modelização dos comportamentos e consciências e, em parte, funcionam como espelho das nossas filosofias de vida, princípios éticos, políticos e ideológicos, constituindo o grosso das ideias comuns, que enformam e justificam o nosso comportamento. Ainda que, inquestionavelmente, a tendência … Continuar a ler O alfabeto LGBTQIA+ na Fox e a transphobic season
“(…) toda a gente tinha os seus períodos de neurastenia, nos quais preferia mostrar-se antipática para deixar patente o seu desagrado relativamente ao mundo. Havia de lhe passar.”
carrossel dos esquisitos Ana Ademar “(...) toda a gente tinha os seus períodos de neurastenia, nos quais preferia mostrar-se antipática para deixar patente o seu desagrado relativamente ao mundo. Havia de lhe passar.” Mario Vargas Llosa in “Travessuras da Menina Má” Sento-me muito pouco inspirada para escrever a crónica. Estou numa fase pouco engraçada da … Continuar a ler “(…) toda a gente tinha os seus períodos de neurastenia, nos quais preferia mostrar-se antipática para deixar patente o seu desagrado relativamente ao mundo. Havia de lhe passar.”
Atrás de tempos, tempos vêm
Maria Campaniça Celina Nobre “Eu pego na minha viola E canto assim Esta vida A correr. (…) Quem canta sempre se levanta Calados é que podemos cair (…) Eu sei de histórias verdadeiras Umas belas Outras tristes de assombrar (…) Que atrás dos tempos vêm tempos E outros tempos hão-de vir (…) Mas esse tempo … Continuar a ler Atrás de tempos, tempos vêm
Coisas que não aprendemos na escola, mas devíamos
Diversidade sexual de desenvolvimento/intersexualidade dissidências e resistências Vera Pereira A diversidade sexual de desenvolvimento (DSD)/intersexualidade inclui um vasto conjunto de alterações, ao nível dos cromossomas, hormonas, gonadas ou genitais, que originam diferenças físicas face às normas sociais e médicas estabelecidas para corpos masculinos e femininos. Em termos médicos define-se como um conjunto de síndromes que … Continuar a ler Coisas que não aprendemos na escola, mas devíamos
“AS OPINIÕES SÃO COMO AS VAGINAS: CADA UM TEM A SUA E QUEM QUER DÁ-LA, DÁ-LA.”
carrossel dos esquisitos Ana Ademar Apercebo-me que a silly season foi abolida. Se bem se lembram, a silly season acontecia no Verão: perante o encerramento de vários serviços, incluindo do Estado, a ausência de notícias provocava uma torrente de não-notícias a encher as capas de jornais e os posts das redes sociais e dávamos por … Continuar a ler “AS OPINIÕES SÃO COMO AS VAGINAS: CADA UM TEM A SUA E QUEM QUER DÁ-LA, DÁ-LA.”
As máquinas
Maria Campaniça Celina Nobre Antes, existia na minha terra o Largo dos Correios. Era o largo das coisas de toda a gente: da Igreja, do Café, da mercearia do sr. Goncalves, do Táxi e do padeiro. Havia no meio do largo um molho de laranjeiras amargas deixadas pelos árabes e bancos de jardim à volta. … Continuar a ler As máquinas
Universo Sou Eu
Laboratório de (des)construção poética Marias Leopoldina Pina de Almeida A poesia veste-se com imagens longas e soltas e vagueia por todos os nossos lugares. Passeia em círculos pelo desconforto acumulado dos corpos e diverte-se a desafiar as suas arestas mais cansadas. Vai libertando os espaços que foram deixados ao abandono. Concentra-se nos tecidos que estão … Continuar a ler Universo Sou Eu