O poço

Maria Campaniça Celina Nobre No Monte da Rocha havia um poço. Um barranco também. Que corria o ano inteiro, alimentado pelos invernos chuvosos. Desde a rua do monte bastava descer uma ladeira ingreme e rochosa e chegávamos à horta. Era lá que a roupa se lavava com sabão azul e branco, carregada à cabeça pela … Continuar a ler O poço

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Os casinhos. Os casos. E o estado a que isto chegou.

Maria Campaniça Celina Nobre Este não é um artigo científico. É de opinião. E circunscreve-se ao nosso país. Acrescente-se que também não é propósito do mesmo dissecar as tramoias, do entra e sai do actual governo, quase mais rapidamente do que se sai dum qualquer supermercado. Não será, seguramente, portanto, um texto para falar do … Continuar a ler Os casinhos. Os casos. E o estado a que isto chegou.

OUTONANDO-ME

Maria Campaniça Celina Nobre No ciclo eterno No ciclo eterno das mudáveis coisas Novo inverno após novo outono volve À diferente terra Com a mesma maneira. Porém a mim nem me acha diferente Nem diferente deixa-me fechado Na clausura maligna Da índole indecisa. Presa da pálida fatalidade De não mudar-me, me infiel renovo Aos propósitos … Continuar a ler OUTONANDO-ME

As máquinas

Maria Campaniça Celina Nobre Antes, existia na minha terra o Largo dos Correios. Era o largo das coisas de toda a gente: da Igreja, do Café, da mercearia do sr. Goncalves, do Táxi e do padeiro. Havia no meio do largo um molho de laranjeiras amargas deixadas pelos árabes e bancos de jardim à volta. … Continuar a ler As máquinas

Baloiço de corda

Maria Campaniça Celina Nobre Houve uma época em que nasciam baloiços de corda, nas azinheiras, onde as crianças se divertiam, empurradas pelos sonhos. A escola era cheia de crucifixos e de fotos sépia, emolduras em madeira, imbuídas de tempo, que iam sendo, lentamente, roídas pelos bichos. Nessa altura, as meninas usavam laços brancos no cabelo. … Continuar a ler Baloiço de corda